
Núcleo de trabalho do MPMG vai acompanhar acordos de Mariana e Brumadinho
O núcleo deve coordenar e supervisionar o cumprimento dos acordos, que envolvem ações complexas por parte das mineradoras
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Siga noO Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) criou o Núcleo de Acompanhamento de Reparações por Desastres (Nucard) para coordenar e supervisionar o cumprimento dos acordos de reparação das tragédias de Mariana e Brumadinho, ocorridas respectivamente, em 2015 e em 2019, quando houve os rompimentos das barragens da Samarco e da Vale.
De acordo com o promotor de Justiça, Leonardo Castro Maia, coordenador do Nucard, o núcleo foi criado pela necessidade de uma abordagem especializada e contínua para lidar com a complexidade e magnitude dos dois rompimentos.
Ele explica que esses acordos envolvem ações complexas: obrigações de fazer impostas às mineradoras, e valores expressivos que as empresas devem pagar. O Ministério Público faz o acompanhamento da execução e aplicação dessas ações.
Segundo Maia, o Nucard está sendo estruturado e contará com uma equipe multidisciplinar permanente com dedicação exclusiva, o que deve garantir uma atuação mais eficiente dos acordos de reparação. Até então, o acompanhamento dos acordos era feito por órgãos do Ministério Público responsáveis por várias outras demandas.
“A dedicação exclusiva permite um trabalho com mais foco nos dois casos, que envolvem enormes desafios. A nova estrutura aumenta nossa capacidade de participar de forma propositiva do cumprimento dos acordos, assim como de intensificar o diálogo com todos os envolvidos, buscando soluções”, destaca.
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O promotor ressalta ainda que o núcleo será o ponto de referência para a interação com outros órgãos, empresas, comitês e comunidades, o que facilitará o diálogo e a resolução de conflitos. Além disso, deve promover a transparência e a participação social no seguimento das ações de reparação, aumentando a legitimidade do processo.
Para o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Paulo de Tarso Morais Filho, "a execução dos acordos precisava de uma atenção exclusiva, pois é uma missão importantíssima, muito grande e complexa. É a fase em que se efetiva a reparação dos atingidos, que deve ser feita em conjunto com eles e de forma célere.”
Prioridades
O coordenador do Nucard, Leonardo Castro Maia, explica ainda que, no caso de Brumadinho, os esforços devem se concentrar, nesse primeiro momento, em acelerar o cumprimento dos anexos I e II. O primeiro é relativo aos “projetos de demandas das comunidades atingidas”, o segundo está relacionado à recuperação socioambiental da bacia hidrográfica, assim como no avanço dos estudos de avaliação de risco à saúde humana e risco ecológico.
Já no caso de Mariana, ele ressalta que o cumprimento do acordo está começando e os esforços serão para estruturar mecanismos de governança e auditoria, em colaboração com instituições, órgãos e sociedade civil, assim como no cuidado com as indenizações.
Entre as primeiras ações estão: a participação nas reuniões com os comitês de compromitentes, a criação dos mecanismos de governança, a seleção e a contratação das auditorias, o monitoramento do cumprimento das obrigações e prazos estabelecidos nos acordos e a participação das comunidades afetadas no processo de reparação.
O núcleo também deve garantir a integração entre as diferentes áreas e órgãos do Ministério Público e os demais envolvidos no processo de reparação.
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Maia ressalta que “o MPMG atuou de forma decisiva para firmar esses dois grandes acordos, que canalizam importantes esforços e recursos para a reparação dos maiores desastres socioambientais do nosso país, e a criação de um núcleo específico para o acompanhamento desses acordos demonstra o compromisso do MPMG com a defesa dos direitos das comunidades afetadas e a proteção do meio ambiente”.