Maitê Proença estreia "Duas irmãs & um casamento" em BH
Atriz divide o palco com Debora Olivieri na montagem do texto sobre envelhecimento e família, que tem sessões desta sexta (18/4) a domingo, no Sesc Palladium
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“Duas irmãs & um casamento”, montagem do texto do dramaturgo britânico Peter Quilter, com Maitê Proença e Debora Olivieri interpretando as irmãs, chega a Belo Horizonte neste fim de semana, com sessões desta sexta (18/4) a domingo (20/4), no Grande Teatro do Sesc Palladium. A direção é de Ernesto Piccolo, que assinou também a encenação de “Duetos”, do mesmo autor, com Patricya Travassos e Du Moscovis.
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Na peça que estreia hoje na capital mineira, Maitê Proença é Catarina, e Debora Olivieri interpreta Rosa. Ambas estão na faixa dos 60 anos e se reúnem em uma casa de campo, para organizar um casamento. As lembranças do ado e a confrontação dos medos e anseios das duas é o fio condutor da história, que aborda, pela chave da comédia, temas como envelhecimento, etarismo, solidão e relações familiares.
Piccolo conta que, assim que recebeu da dupla de produtores Maurício Tavares e Sérgio Lopes o texto e o convite para dirigir “Duas irmãs & um casamento”, pensou logo nas duas atrizes. “Sempre quis trabalhar com Maitê, desde quando estava no Tablado [escola de teatro] e comecei a dirigir mais, com uns 25 ou 26 anos – estou com 62 agora. Gosto muito da Debora também. Pintou esse texto e convidei as duas”, diz.
“O texto do Peter Quilter comunica, é muito bacana, com aquele humor inglês, tratando sempre de relacionamentos, que é um tema universal”, observa o diretor. Maitê conta que o convite para atuar na montagem se deu de forma inesperada e um tanto pitoresca, durante o velório de Paulo César Pereio, em maio do ano ado.
“Estava aquela tristeza, todos consternados, e o Neco (Piccolo) chegou e perguntou: 'Vamos fazer uma comédia?'. Achei típico do defunto, coisa do Pereio, algo que ele faria, esse convite nessa situação. Aceitei imediatamente”, diz.
Diferenças marcadas
Ela ressalta que o texto a cativou imediatamente, pelos diálogos afiados e a troca que se estabelece entre as irmãs. “Elas se dizem coisas que extrapolam muito o politicamente correto de hoje em dia. São barbaridades, mas sem baixarias. A coisa a justamente por serem irmãs, e fica muito engraçado”, diz. Segundo ela, o maior desafio na construção das personagens foi justamente estabelecer o tempo e o espaço de cada uma. “Elas têm diferenças bem marcadas. Quando a Debora desce o tom, eu subo, por exemplo”, pontua.
Para Piccolo, o que mais chama a atenção no texto de Quilter é a forma como ele aborda os relacionamentos. “Gosto de gente, de ser humano, e quando comunica nesse lugar, me ganha. A peça tem essa coisa da relação no seio da família, entre irmãos, duas pessoas com a mesma educação, mas diferentes”, afirma. Ele observa que Maitê e Debora são, também, duas pessoas “bem diferentes” que estão, a cada dia que o espetáculo se mantém em cartaz, aprendendo a conviver no palco.
O diretor comenta que aconteceu o mesmo em “Duetos”, entre Patricya e Du Moscovis. “São encontros raros, que fazem sucesso, que as plateias querem ver, têm curiosidade, e aí propaga e faz acontecer. A magia do teatro é o trabalho em equipe, a soma. Quando é feito com amor e prazer, não tem erro.”. Ele reconhece uma afinidade entre seu estilo de direção e a dramaturgia de Quilter, mas aponta que seu trabalho se expande para além.
“Dirigi 'Pormenor de ausência', com Giuseppe Oristanio; dirigi 'Simples assim', com Julia Lemmertz, baseado nas crônicas de Martha Medeiros; dirigi um musical com os temas de 'Os saltimbancos'; estou estreando uma nova peça da Fátima Valença, 'Cala a boca e me beija'; fiz uma participação na novela da Rosane Svartman (“Dona de mim”). Gosto de me comunicar, gosto de fazer teatro e, coincidentemente, estou de novo com Peter Quilter. Sou hiperativo, gosto de fazer, trabalho três turnos por dia.”
“DUAS IRMÃS & UM CASAMENTO”
Texto: Peter Quilter. Direção: Ernesto Piccolo. Com Maitê Proença e Debora Olivieri. Nesta sexta (18/4) e sábado (19/4), às 20h, e no domingo (20/4), às 19h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Ingressos com preços variando de R$ 19,75 a R$ 150, à venda pela plataforma Sympla e na bilheteria do teatro.